26 junho, 2025

TUDO É AMOR


Observa, amigo, em como do amor tudo provém e no amor tudo se resume.


Vida – é o Amor existencial.

Razão – é o Amor que pondera.

Estudo – é o Amor que analisa.

Ciência – é o Amor que investiga.

Filosofia – é o Amor que pensa.

Religião – é o Amor que busca Deus.

Verdade – é o Amor que se eterniza.

Ideal – é o Amor que se eleva.

Fé – é o Amor que se transcende.

Esperança – é o Amor que sonha.

Caridade – é o Amor que auxilia.

Fraternidade – é o Amor que se expande.

Sacrifício – é o Amor que se esforça.

Renúncia – é o Amor que se depura.

Simpatia – é o Amor que sorri.

Altruísmo – é o Amor que se engrandece.

Trabalho – é o Amor que constrói.

Indiferença – é o Amor que se esconde.

Desespero – é o Amor que se desgoverna.

Paixão – é o Amor que se desequilibra.

Ciúme – é o Amor que se desvaira.

Egoísmo – é o Amor que se animaliza.

Orgulho – é o Amor que se enlouquece.

Sensualismo – é o Amor que se envenena.

Vaidade – é o Amor que se embriaga.


Finalmente, o ódio, que julgas ser a antítese do Amor, não é senão o próprio Amor que adoeceu gravemente.


Tudo é Amor.

Não deixes de amar nobremente.


Respeita, no entanto, a pergunta que te faz, a cada instante, a Lei Divina: “COMO?”. 

André Luiz

Fernando Pessoa

 




  O amor, quando se revela,

Não se sabe revelar.

Sabe bem olhar p'ra ela,

Mas não lhe sabe falar.


Quem quer dizer o que sente

Não sabe o que há de dizer.

Fala: parece que mente...

Cala: parece esquecer...


Ah, mas se ela adivinhasse,

Se pudesse ouvir o olhar,

E se um olhar lhe bastasse

P'ra saber que a estão a amar!


Mas quem sente muito, cala;

Quem quer dizer quanto sente

Fica sem alma nem fala,

Fica só, inteiramente!


Mas se isto puder contar-lhe

O que não lhe ouso contar,

Já não terei que falar-lhe

Porque lhe estou a falar...

Fernando Pessoa 


13 junho, 2025

Cora Coralina

 

              Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.




O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. 

Caminhando e semeando, no fim, terás o que colher.

Cora Coralina 


31 maio, 2025

Cáh Morandi

 




Bastava o perfume que os cabelos deixavam nos travesseiros

E aquele beijo trocado em plena tarde de uma segunda feira agitada

Bastava aquela conversa sobre um assunto sem nexo no café da manhã

E as gargalhadas do ser amado vendo TV em plena madrugada

Bastava estarem abraçados e ainda deitados num dia preguiçoso

E implicarem antes de um passeio por causa de uma saia minúscula

Bastava mesmo que fosse uma briguinha antes de começar o dia

E você ficar pensando o dia todo em alguma forma de reconciliação

Bastava que ele chegasse, mesmo esquecendo das compras da semana

E que ela te perguntasse a cada minuto se você a amava

São nessas pequenas horas que se descobre ter sido feliz,

Mas isso é coisa que demora uma vida toda para se perceber

Cáh Morandi

18 maio, 2025

Pior do que uma voz que cala/ É um silêncio que fala".







Pior do que uma voz que cala/

É um silêncio que fala".


Simples. Rápido. E quanta força. Imediatamente me veio a cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis, pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.


Um telefone mudo. Um e-mail que não chega. Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca. Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas. Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão. O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão. Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim.


É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento. Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo. Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados. Quando nada é dito, nada fica combinado.


Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar: "diz alguma coisa, diz que não me ama mais, mas não fica aí parado me olhando". É o silêncio de um mandando más notícias para o desespero do outro.


É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo. Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo. Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente. Para os seguranças dos shows do Sepultura, o silêncio é uma megasena. Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz. O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto. É quando ninguém bate a nossa porta, não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim você entende a mensagem


.Martha Medeiros 

Crônica "A Voz Do Silêncio", 1999.

Mulher madura







 Sou uma mulher madura
Que às vezes anda de balanço
Sou uma criança insegura
Que às vezes usa salto alto
Sou uma mulher que balança
Sou uma criança que atura

Martha Medeiros 



Martha Medeiros

 



Gostar de alguém é função do coração, mas esquecer, não.

 É tarefa da nossa cabecinha, que aliás é nossa em termos: tem alguma coisa lá dentro que age p

Martha Medeiros



Desaprender para aprender. 

Deletar para escrever em cima. 

Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá pra renascer várias vezes nesta mesma vida. 

Basta desaprender o receio de mudar.

Martha Medeiros

02 maio, 2025

Mulher joia rara

                                                  


                                                  Tão bela como a flor

Tão pura tal o amor

Tão feliz como se diz

Tão carente, mas não doente.

Tão jovem, mas não criança.

Tão madura, mas não é fruta.

Diamante mas não é bruto

Simplesmente mulher

Jóia rara que Deus

Deixou pra semear o amor

Ah...O amor e suas formas de amar !

Mary Cely  {Celia Macedo


15/12/09.